terça-feira, abril 03, 2007

Ternura

Com um leve rasgo de esperança...
Talvez ainda seja possível...
Depois de ser sugada por um "buraco negro", o lado de lá será terrível? Ou maravilhoso?
É uma imensa e inexplicável ternura a que sinto, mas será suficiente, ou o medo e a covardia irão ser mais fortes???

"Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!"

David Mourão Ferreira

2 comentários:

Mike disse...

Belo poema... mas não percas a esperança ;) ********************`s

Susana disse...

Já te disse k é mt giro! Não se consegue largar os versos até se chegar ao fim...